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Luiz Rocha Filho
O alarme soou na noite de terça-feira (7) em uma sessão do Senado. Teve bate-boca – tudo por causa da DRU, aquele mecanismo chamado de Desvinculação de Receitas da União, que permite que o governo gaste como quiser até 20% do que arrecada.A oposição não gostou de uma manobra regimental que permitiu ao governo avançar nos prazos de discussão dessa emenda, deixando de fora outra emenda, a 29, que prevê mais recursos para a saúde. Os senadores José Sarney e Demóstenes Torres quase foram às vias de fato. Foi feio.
“Para Vossa Excelência e o governo de maneira torpe burlar o que nós fizemos. Torpe. Não queira me utilizar disso. Não fiz esse acordo. O acordo era para votar o Código Florestal”, afirmou o senador Demóstenes Torres. “Mas é o Código Florestal que nós estamos votando”, respondeu José Sarney.
“Não, senhor. E Vossa Excelência iniciou a votação e disse que era o primeiro item da pauta. Honre, então, que Vossa Excelência descumpriu o acordo. Não tente me colocar no meio disso”, reclamou Demóstenes Torres. “Eu mando cancelar a palavra torpe da taquigrafia”, disse Sarney. “Não precisa, pode constar”, declarou Demóstenes.
Minutos depois, Sarney deixou a mesa e esbravejou com Demóstenes em meio aos discursos no plenário. Senadores como Fernando Collor tiraram o presidente da discussão. Demóstenes voltou a falar – desta vez para pedir desculpas.
“Eu tenho um tipo de temperamento em que a discussão é dura, mas ela é extremamente leal. Em relação à ofensa, eu peço desculpa ao senador José Sarney. Peço que retire a palavra ‘torpe’ e mantenho naturalmente todos os outros termos institucionais”, completou o senador Demóstenes Torres.
Fonte: G1
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