São Luis do Maranhão, 20 de julho de 2021.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

O RENAL CRÔNICO NO MARANHÃO E SUAS DIFICULDADES

Por Luiz Rocha Filho

A pessoa portadora de doença renal crônica é aquela em que seus rins já não desenvolvem as funções vitais que o órgão sadio o fazem, isto é, filtrar o sangue do corpo, retirando todas as impurezas prejudiciais ao seu metabolismo. Sendo renal crônico, a pessoa é obrigado a fazer mecânicamente o que os rins fazem naturalmente, isto é, é necessário realizar sessões de diálise que pode ser a diálise peritonial, geralmente realizada em casa todos os dias à base de soro, ou a hemodiálise que necessáriamente deve ser realizada em centros especializados de saúde 03 vezes por semana, durante 04 horas cada sessão. Ao chegar para a realização  da sessao do tratamento, o paciente é pesado no início e no final de cada sessão  de hemodiálise, para que seja aferido o peso que deve ser retirado para que no final da sessão  esteja com o peso ideal, chamado de peso seco. O processo do tratamento de hemodiálise é realizado por uma máquina que, através de um kit totalmente descartável, é conectado na fístula(artéria) que possui 02 vias ou através de um catéter. Por uma das vias a máquina retira o sangue, que passa por um filtro, onde é feita a retirada do excesso de líquidos e das toxinas e em seguida, pela outra via o sangue é devolvido para o corpo, isso ocorrendo ao longo das 04 horas de tratamento em cada sessão. Ocorre que, como a máquina não é perfeita como os nossos rins, ela retira também, além de líquidos, muitos outros nutrientes necessários ao nosso metabolismo, por isso que o dialítico tem que está sempre monitorando, através de exames, os níveis dos nutrientes, hormônios e demais elementos essenciais ao bom funcionamento do nosso corpo. Diante da retirada de líquidos e nutrientes necessários ao bom funcionamento do nosso corpo, precisamos ir para a sessão de hemodiálise bem alimentados e também durante o curso da sessão do tratamento, também deve o paciente receber lanches para reposicão do bom funcionamento do metabolismo do corpo, sob pena de, durante a sessão de hemodiálise passar mal por fraqueza, seja por hipoglicemia ou por hipotensão.
Após as 04 horas de hemodiálise, o sistema é desligado e o paciente, estando bem, poderá ir para casa. Vale lembrar que é bom o paciente estar sempre acompanhado, visto que ao sair da hemodiálise se encontra com o corpo muito debilitado. Vale lembrar que, como dito no começo, ao finalizar cada sessão, o paciente é pesado novamente para saber se foi retirada a quantidade de líquido desejada para que fique no peso ideal( peso seco).

O DOENTE RENAL CRÔNICO NO MARANHÃO

Infelizmente, vivemos em um Estado que tem muita deficiência para diversos tratamentos de saúde e, especificamente o paciente renal crônico é muito prejudicado absurdamente, especialmente os que moram em Municípios que não possuem um centro de tratamento de hemodiálise em sua cidade, pois tem que se deslocar às vezes por centenas de quilômetros para fazer hemodiálise, isso quando não se vê obrigado a se mudar para outra cidade, visto a inviabilidade de ficar viajando grandes distâncias 03 vezes por semana para fazer o tratamento. Imagine que o paciente já sai da hemodiálise completamente debilitado e ainda ter que viajar para retornar para sua casa, é uma situação desumana.

FALTA DE LEGISLAÇÃO DE AMPARO AO RENAL CRÔNICO

Diferentemente de outros Estados, o Maranhão não possui uma legislação de amparo ao portador de doênça renal crônica. Diversos Estados possuem legislação própria de amparo ao renal crônico, como é o caso do Estado de São Paulo, Tocantins, Distrito Federal, dentre outros, os quais instituiram legislação especial para facilitar a vida de quem possui problema renal crônico, tais como preferências em atendimentos em estabelecimentos, visto que o renal crônico possui sua saúde muito debilitada e não pode ficar por muito tempo de pé, esperando ser atendido em uma fila, andar uma longa distância para estacionar o carro, etc.
Nos Estados onde existe lei própria de amparo ao renal crônico, os legisladores se sensibilizaram com a realidade das dificuldades enfrentadas por essas pessoas dialíticas e implementaram lei especial.
Esperamos que em um futuro bem próximo, os legisladores do nosso Estado e dos Municípios possam se sensibilizar e também agirem da mesma forma, pois só tendo conhecimento das dificuldades e sofrimento que esta doença causa é que realmente se vê tal necessidade.

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